Versos Safadinhos para Noites Românticas ou Vice-versa

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Versos Safadinhos para Noites Românticas ou Vice-versa
(Poesia – Miragem Editorial, 2016)
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Autor de uma dezena de obras, nos gêneros romance, conto, crônica e ensaio, desta vez Ricardo Kelmer deixa a prosa de lado e envereda pela poesia. Escritos entre 1989 e 2016, os 35 poemas deste livro versam sobre amor, paixão, desejo e erotismo. Neles, o autor canta os sabores das aventuras amorosas e celebra o êxtase dionisíaco dos enlaces carnais, mas também diverte-se com os irônicos descaminhos das relações e não esquece de louvar a musa unânime dos poetas, a língua portuguesa. Os desenhos são do artista húngaro Mihály Zichy.

OBS.: Esta obra faz parte de um projeto social que criei, o Livros da Rua. Cada exemplar vendido financia outros que distribuo entre pessoas que habitam ou trabalham nas ruas. É o que chamo de socialismo literário. Mais informações abaixo.

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OPÇÕES

Livro impresso – 48 pag, 10 x 15 cm, miolo em papel cuchê, 40g. Direto com o autor (R$ 16, frete incluído)

Livro eletrônicoNa Amazon (e-book)

Livro eletrônico personalizado (PDF direto com o autor)
– Com dedicatória exclusiva para você: R$ 9

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EDIÇÕES
– Publicado originalmente em 2016 em versão impressa, edição Miragem Editorial
– Publicado originalmente em 2016 em versão eletrônica pela Amazon
(Editoras interessadas, favor entrar em contato: rkelmer@gmail.com)

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APRESENTAÇÃO

VersosSafadinhosCapa-06aOs poemas selecionados para este livreto abordam o amor, a paixão, o desejo e o erotismo. Eles foram criados entre 1989 e 2016 e estão em ordem cronológica, começando pelos mais antigos. Como alguns eu fiz originalmente como letras para músicas, ou foram feitos a partir de melodias, aproveito para agradecer a meus parceiros. Os desenhos são de Mihály Zichy (1827-1906), pintor e artista gráfico húngaro. Bom proveito!

Ricardo Kelmer, São Paulo, abr2016

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POEMAS DO LIVRO

Insana paixão – Particularmente eu prefiro quiabo cru
Eu só queria que você soubesse – Jardim das ilusões
Maria da Graça – Vingativas – Desatinos – Demais – Desprezível
Nas curvas do teu litoral – Licor – Poemas de saliva
Quanto você paga – Remanso – Conjecturas – Não diga nada
Hortelã – Meio a meio – Flor púrpura – Pra você me ver – Fome de ti
Sonho azul – Caderno B – Eu quero as duas – O gozo da língua
Ondas do prazer – Dona de mim – Prosa, meu amor
Úmida flor do lábio – Dentro dela – Amor plural – Canção para Eva
Dadivosa dançarina – Pior seria não te amar – Sexo tinto

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APERITIVO

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DEMAIS

E nós que acordamos tarde
E rimos das manchetes matinais
O mundo é tão sério
O mundo lá fora tanto faz
E nós nos gozamos demais

E nós que não sabemos
O preço das salas comerciais
Mas alugamos nossos corpos
Pro amor que a tarde traz
E nós nos lucramos demais

E nós que zombamos
Dessas pessoas tão normais
E corremos nus pelos telhados
Das crises internacionais
E nós nos amamos demais

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O GOZO DA LÍNGUA

Pela maciez sonora dos fonemas
De formas acetinadas
Que a língua deslize

As arestas silábicas
Que a pronúncia obstaculizam
A língua sensibilize

E no subentende-se das reticências
Onde a linguagem se insinua
Que a língua dance nua

E mexa-se, revire-se, contorça-se
Lambendo-se ao prazer do ritmo
E no sabor do som deleitoso
Salive de gozo em êxtase linguístico

Ao silenciar dos versos que findam
Que descanse a língua de sua lida
E, enfim, adormeça, desmaiada e lânguida
Desmilinguida

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FOME DE TI

Teus olhos são duas amoras
Que namoram os meus
E os seios, fartos cachos
Acho que anseio colher
Ah, eu sou todo saliva
Nascida da fome de te ter

E o desejo escorre pela boca
A polpa do lábio carmim
E a língua, cereja que surge
E se insurge e se lambe assim

Homem não chora
Mas quem não chora não come
Vem que esse desejo tem nome
É fome de ti

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NÃO DIGA NADA

Não diga nada
Não crie frases pra esse amor
Não dramatize, por favor
Pro amor tanto faz

Não diga nada
Me beije enquanto é tempo, amor
A vida se vive num momento
Que não volta jamais

O amor tem fragrância alcoviteira
É flor bonita que se cheira
Mas é perfume fugaz

É flor que nasce de um afã
Mas morre um dia de manhã
Sem manchete nos jornais
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DONA DE MIM

Dona de mim já não sou mais
Quando aos teus pés me ajoelho assim
E em teu olho a chama do desejo atiça
A mulher louca e submissa que há em mim

De bom grado já não me pertenço
Docilmente me submeto à vontade tua
Se me queres agora toda nua, eu obedeço
E de quatro te ofereço minha carne crua

Bate, meu senhor, me deixa o rabo em brasa
Marca em mim o juramento da servidão
Ser sempre a escrava grata e obediente
E amar o peso ardente da tua mão

Bate, meu senhor, é a minha pele que implora
O estalo do bom chicote por toda a noite
Hoje sou eu a mulher mais livre e gloriosa
Plena da dor gozosa do teu açoite

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DENTRO DELA

Estar dentro de uma mulher…
O que pode haver de mais transcendental?

Transpor o portal é sempre sagrado
Toda vez é iniciação
Diante dele eu me submeto, solene
Ateu em devotada reverência
Extasiado entre juramentos de saliva
E sussurros suados de adoração

Lá dentro ela me chama, a obscura noite primordial
Onde céu e terra se unem no profundo das águas
E os ecos ancestrais desse matrimônio
Revivem em mim
Sou cavaleiro consagrado da deusa
Sou menino seduzido pela lua cheia
Sou marujo que vagueia com medo de não voltar

Lá dentro me faço oferenda
E sob o mistério do eterno feminino
Eu fecho os olhos para não cegar
Porque se estou dentro dela
Ela é Inanna, Ísis e Oxum
É Afrodite e Ishtar

Permita-me esta noite ser teu consorte
Sacerdotisa, donzela, guerreira, rainha
Para em ti ser um com o todo numinoso
E provar o gosto da eternidade
Na fúlgida verdade dos nossos gozos
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PIOR SERIA NÃO TE AMAR

Pior seria, Luíza
Não ter sofrido
Da saudade que inferniza
Pior ter morrido
Sem nunca em ti amanhecido
Pior seria não te amar, Luíza

Nosso caso de amor e de polícia
Não te amar, Luíza
Noites vis de ciúme e de sevícia
Não te amar, Luíza
A brisa fria no cais da despedida
Nosso futuro que agoniza
No mar vazio do teu olhar…

Ainda assim, Luíza
Pior seria não te amar

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DADIVOSA DANÇARINA

À noite, em seu quarto, a menina se despe
E na janela se oferece para a rua
A nua silhueta que a cortina revela
Move-se em sinuosa dança
E a cortina balança ao ritmo dela
De vinho ela se serve
E a taça beija de leve seus lábios
Ela é a ébria rosa que se abre
No jardim dos urbanos fetiches
É a delícia que a noite promete
Aos discretos e insones vícios…
Quando ela termina, a luz se apaga
Vai-se a silhueta semovente
A janela escura não mente: foi-se a menina
Deixando no ar sua lânguida lembrança
E a esperança de que logo retorne
Não se demore, dadivosa dançarina

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PROJETO LIVROS DA RUA

Este projeto, criado pelo escritor Ricardo Kelmer, objetiva, por meio da distribuição de livros, levar a produção literária local à população que habita ou trabalha nas ruas, como guardadores de carro, vendedores ambulantes, garis e vigilantes. Você gostaria de participar? Entre em contato: rkemer@gmail.com

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Basta enviar e-mail pra rkelmer@gmail.com com seu nome e cidade e dizendo como conheceu o Blog do Kelmer (saiba mais)

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Sim! Todos são ótimos, mas esse (Conjecturas) e o MEIO A MEIO, foram oque mais me identifiqueí! Parabéns pelo projeto Kelmer, muito bom mesmo. Fernando Neves, Braga-Portugal – mai2016

02- Adorei! Linda demais…gostaria de ter escrito. Minha preferida ! Marta Pinheiro, Fortaleza-CE – jun2016

03- Nunca fui uma apreciadora de poesias, mas me viciei no seu livro ” versos safadinhos…” Suzane Lima, Fortaleza-CE – jul2016

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